Ao término do show no Jundiá, fomos para Coxixola, terra de povo forrozeiro e receptivo, terra que abraçou o forró Gente Boa, terra que está guardada no coração de cada um integrante da banda. Pois bem, chegamos em Coxixola por volta de 2:30H da manhã, e acreditem, o povo ainda estava lá. O forró foi até às 5H da manhã, e só de ver a satisfação, o carinho, e o amor que aquele povo tem pela banda, o cansaço vai embora, e as energias são recarregadas ali mesmo no palco. Muito obrigado a todo povo de Coxixola, estaremos lá novamente neste dia 3 de julho, e com certeza "o forró vai dar na canela".
Quantas pessoas já espiaram
terça-feira, 28 de junho de 2011
ANFÓTERO?.. Por Sevy Falcão
Sevy Falcão
Esta palavra anfótero faz lembrar um forrozeiro que estava cantando a música, “A natureza das coisas”, de Geraldinho Lins, que diz “inexoravelmente chega lá”. O homenzinho não acertou a pronunciar, inexoravelmente teve que parar o fole e saiu-se com esta: “êta palavra difícil da gôta serena”. Pois bem, anfótero em química denomina um óxido que pode desempenhar, segundo o caso, o papel de base ou de anidrido de ácido. Em síntese, um elemento com duas qualidades opostas. Eu poderia qualificar com essas qualidades, certo jovem que conheci em Monteiro, que disse gostar da música clássica, do forró de plástico, do rock e de quebra, dos seus agregados.
Na minha vida nunca ouvi falar em gosto musical tão eclético. Êta gôta serena, vai ter um gosto híbrido assim lá no quinto dos infernos. Pois esse exemplar de anfótero tem os mesmos ouvidos para uma banda como a “Inhaca de menina” e um Concerto nº 02 para piano e orquestra de Rachimaninoff, tocado pela fenomenal pianista filipina, Cecile Licad, acompanhada da Orquestra Filarmônica de Berlim. Isto significa o indivíduo carregar dois seres diferentes dentro de si. Podemos afirmar que o cara poderia ser um santo durante o dia e o diabo à noite ou vice-versa. Um caso patológico.
As notícias dos festejos juninos dos mais diversos recônditos da Paraíba dão conta da péssima qualidade musical das bandas contratadas pelas prefeituras, que de cabo a rabo, prestam um desserviço à cultura. É notório que além desse bombardeamento do lixo musical patrocinado com o dinheiro público, a mídia ainda dá sua forte contribuição e o fortalecimento da idéia do povo gostar do rebotalho musical, porque o sistema não oferece oportunidade para que o usuário ouça alguma coisa de qualidade. Daí partimos da premissa que ninguém pode gostar de uma música que nunca ouviu.
Estamos vivendo uma inversão de valores, de músicos medíocres e sem talento, distantes mil anos luz de um músico de verdade. Mas, o que se pode esperar de um país que endeusa um Luan Santana, que venera uma banda Restart, que tem orgasmo ao ouvir um Bruno e Marrone, Marroni ou Marrom? Sei lá, é tudo a mesma porcaria. A incapacidade para criar e até apreciar a excelência, parece que doravante é uma necessidade para a estabilidade social ou lavagem cerebral. Um mundo de gênios seria ingovernável e quando surge um, todos os medíocres conspiram contra ele. É realmente uma pretensão utópica pregar os valores opostos à mediocridade. Entretanto, o que nos estimula é saber que esses valores desempenham uma função como parte de uma estratégia altamente evolutiva.
É através dessas festas que a mediocridade se impõe para impedir a eficiência. Nós, os idiotas que buscamos ou que vivemos em busca de um ideal, não entendemos essas conquistas medíocres através da incapacidade de reconhecer o bom, o belo, o notável e o brilhante. Aquilo que é vulgar não tem jeito e nem remédio, continua vulgar.
PS: Algumas pessoas são unânimes em afirmar que a comemoração junina mais original foi e continua sendo a de João Pessoa.
Na minha vida nunca ouvi falar em gosto musical tão eclético. Êta gôta serena, vai ter um gosto híbrido assim lá no quinto dos infernos. Pois esse exemplar de anfótero tem os mesmos ouvidos para uma banda como a “Inhaca de menina” e um Concerto nº 02 para piano e orquestra de Rachimaninoff, tocado pela fenomenal pianista filipina, Cecile Licad, acompanhada da Orquestra Filarmônica de Berlim. Isto significa o indivíduo carregar dois seres diferentes dentro de si. Podemos afirmar que o cara poderia ser um santo durante o dia e o diabo à noite ou vice-versa. Um caso patológico.
As notícias dos festejos juninos dos mais diversos recônditos da Paraíba dão conta da péssima qualidade musical das bandas contratadas pelas prefeituras, que de cabo a rabo, prestam um desserviço à cultura. É notório que além desse bombardeamento do lixo musical patrocinado com o dinheiro público, a mídia ainda dá sua forte contribuição e o fortalecimento da idéia do povo gostar do rebotalho musical, porque o sistema não oferece oportunidade para que o usuário ouça alguma coisa de qualidade. Daí partimos da premissa que ninguém pode gostar de uma música que nunca ouviu.
Estamos vivendo uma inversão de valores, de músicos medíocres e sem talento, distantes mil anos luz de um músico de verdade. Mas, o que se pode esperar de um país que endeusa um Luan Santana, que venera uma banda Restart, que tem orgasmo ao ouvir um Bruno e Marrone, Marroni ou Marrom? Sei lá, é tudo a mesma porcaria. A incapacidade para criar e até apreciar a excelência, parece que doravante é uma necessidade para a estabilidade social ou lavagem cerebral. Um mundo de gênios seria ingovernável e quando surge um, todos os medíocres conspiram contra ele. É realmente uma pretensão utópica pregar os valores opostos à mediocridade. Entretanto, o que nos estimula é saber que esses valores desempenham uma função como parte de uma estratégia altamente evolutiva.
É através dessas festas que a mediocridade se impõe para impedir a eficiência. Nós, os idiotas que buscamos ou que vivemos em busca de um ideal, não entendemos essas conquistas medíocres através da incapacidade de reconhecer o bom, o belo, o notável e o brilhante. Aquilo que é vulgar não tem jeito e nem remédio, continua vulgar.
PS: Algumas pessoas são unânimes em afirmar que a comemoração junina mais original foi e continua sendo a de João Pessoa.
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